
Um total de 563 produtos detêm o Selo Feito em Angola, uma certificação que requer a incorporação de, pelo menos, 30 por cento de conteúdo nacional no produto final, figurando, entre estes, os de maior potencial exportador do país, declarou, ontem, em Luanda, o presidente do Conselho de Administração do INAPEM.
João Nkosi, que falava no briefing semanal do Ministério da Economia e Planeamento (MEP) com a imprensa, apontou os cimentos e as bebidas a liderar a lista dos produtos detentores do selo com alto desempenho na exportação.
“Um dos produtos que já foi registado e que actualmente faz parte do processo de exportação é o cimento, que estamos a exportar para a República Democrática do Congo. As bebidas e o açúcar não ficam atrás”, frisou João Nkosi.
Mas os produtos de vocação exportadora têm, também, o traço comum de derivarem de projectos financiados pelo Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (Prodesi).
O maior número de produtos certificados com o Selo Feito em Angola, um total de 318, tem origem em Luanda, 30 na Huíla e 27 em Benguela, o mesmo número que no Bié, indicou João Nkosi, considerando que, apesar de o desempenho ser maior em Luanda, as outras províncias apresentam números animadores.
O presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Apoio às Pequenas e Médias Empresas (INAPEM) anunciou que o serviço que dirige recebeu, recentemente, mais de 400 processos de candidaturas de empresários que querem aderir o Selo Feito em Angola.
Fruto das Medidas de Estímulo à Economia, da Diplomacia Económica e de acções desenvolvidas na República Democrática do Congo (RDC), o INAPEM prevê, para os próximos meses, um aumento de produtos registados com o Selo Feito em Angola.
Expansão internacional
Trinta e oito das 40 empresas nacionais que participaram no 1º Fórum Económico RDC-Angola, há uma semana, em Kinshasa, manifestaram interesse em estabelecer parcerias com empresários daquele país, incluindo uma de processamento de pescado com operações baseadas na Huíla, designada Dar Vida.
A empresa recebeu propostas de duas empresas congolesas que pretendem importar pescado nacional, com uma a solicitar 10 ca-miões e a outra 30. A companhia tem como proprietária a empresária Niura António.
Para que o processo seja efectivado, João Nkosi disse que as instituições afectas ao processo estão a criar as condições necessárias. “Já começámos o processo, estão criadas as condições para que, ainda este mês, a empresária consiga fornecer os seus produtos, o que é uma possibilidade, também, de captarmos divisas para o país”, frisou.
Vantagens da adesão ao selo de certificação
A adesão ao Serviço Feito em Angola tem como vantagens o benefício de as empresas participarem em feiras nacionais e internacionais promovidas pelo Governo para a divulgação de produtos, algo que também acontece em relação ao site do serviço.
Podem, ainda, exportar com apoio de linhas de crédito, sobretudo do Banco de Desenvolvimento de Angola (BDA), e beneficiar de garantias do Fundo de Garantia de Crédito (FGC).
A adesão dá-se pelo acesso ao site do INAPEM, mas também pode ser presencial, como no caso dos empresários de regiões em que os homens de negócios devem contactar os serviços provínciais do INAPEM, que têm técnicos preparados.
As empresas devem apresentar o mapa com as contas em dia, ter a declaração de não devedor da Administração Geral Tributária (AGT) e do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), além da incorporação de 30 por cento do valor acrescentado nacional no produto.