Produção do café cria 200 mil empregos

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A cadeia produtiva do Café gera, actualmente, mais de 200 mil empregos directos e indirectos, segundo dados de Instituto Nacional do Café (INCA).

Para o director-geral do INCA, Vasco Gonçalves, que falava, à margem de uma exposição sobre o café, denominada “Espaço Café”, organizada pelo Grupo Angonabeiro, em parceria com Camões – Centro Cultural Português, o país produziu, em 2022, cerca de 5.300 toneladas de café, que resultaram na arrecadação de cerca de 5 mil milhões de kwanzas.

Portanto mais 5 por cento, em relação ao ano passado que foi de cinco mil toneladas.

Vale destacar que as plantações ocupam uma área de 35 mil hectares e que existem cerca de 16 mil produtores ligados a esse cultivo em Angola. Segundo dados divulgados pelo INCA as exportações do café foram de mil toneladas de café comercial, o que equivale a 2,2 milhões de dólares, para o país.

Actualmente, o café denominado Mabuba está a ser comercializado de 350 a 400 kwanzas por kilograma ao passo que  o café comercial ronda os 900 e 950 kwanzas, por kilograma.

Regiões cafeícolas

No território nacional, o café é produzido em dez províncias em que se destacam o Uíge, como maior produtor nacional, seguido do Cuanza Norte, Cuanza Sul, Benguela e Huíla, por apresentarem melhores condições climáticas e ambientais, que facilitam o cultivo.

O país produz cerca de dez variedades de café, contudo destacam-se o café arábica e o robusta( comercial). Segundo explicações, o primeiro é um produto, voltado para consumidores que desejam desfrutar uma variedade com mais qualidade, sendo cultivado em altitudes maiores, acima de 800 metros. Já o segundo é voltado, sobretudo, para a fabricação de cafés solúveis e possui menos acidez no sabor com maior teor de cafeína, voltado para consumidores que gostam de preparar de forma prática o seu café.

Desafios na produção do café

No panorama nacional, o café é dos produtos que faz parte do plano de diversificação da a economia, sendo que o país já foi um dos maiores produtores de café, quando em 1973 produzia cerca de 200 mil toneladas, por ano, representando, na altura cerca de 26,5 por cento do Produto Interno Bruto, ficando atrás, apenas do petróleo.

Apesar da qualidade não estar em causa, Angola ainda precisa melhorar a produtividade no cultivo cafeeiro, pois existe potencial para aumentar a produção nas áreas em que essa cultura já é plantada. Para isso, de acordo com Vasco Gonçalves é necessário mais investimento, melhorar a tecnologia, para aumentar a média de produtividade que ronda os 300 quilogramas por hectare, contra 2.500 quilogramas por hectare, registado pelos grandes produtores do mundo.

Por sua vez, o director da Agência Francesa de Desenvolvimento em Angola, Antoine Souchet, anunciou o financiamento de cerca de nove milhões de euros, para investir na massificação da produção do café.

A empresa Francesa está a trabalhar em parceria com o Ministério da Agricultura, o Inca, para investir em  fazendas e pequenos agricultores, e reforço do quadro humano, com formação profissional específica sobre a cultura do café.

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