
Mais de 4.620 empregos directos de várias áreas foram, de 2019 a 2022, criados nas zonas urbanas e rurais da província da Huíla, com a materialização do Plano de Acção para a Promoção da Empregabilidade (PAPE).
O responsável do Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP) da Huíla, Alberto Bartolomeu, que avançou os dados, informou ainda que o programa está a reanimar as esperanças dos jovens, tendo criado também, no período em referência, 3.700 empregos indirectos.
Alberto Bartolomeu valorizou o facto dos contemplados nos diversos cursos se empenharem durante as aulas teóricas e práticas já que a procura no mercado é acentuada. “O valor dos cursos no contexto actual motivou aos jovens a serem assíduos assim como a se envolverem muito mais nas aulas práticas.
Após a formação, explicou, foram distribuídos 1.478 kits de ferramentas de trabalho das áreas de cabeleireiro, moagem, carpintaria, soldadura, corte e costura, construção civil, recauchutagem, mecânica-auto, jardinagem, ladrilho, electricidade, canalização, manicure e cozinha.
Segundo aquele responsável, um número considerável de participantes optou pela agricultura por se interessarem em explorar os recursos hídricos e terras aráveis dos municípios da Matala, Jamba, Humpata, Quipungo, Chibia, Cuvango, Chicomba e Caconda.
Realçou que a componente formativa conta com acentuada aderência devido ao formato em que foi projectada, fazendo com que os participantes dos cursos não precisem de sair das suas zonas de origem. “Os técnicos do PAPE estão ao encontro dos candidatos nas suas zonas de origem”.
Alberto Bartolomeu disse que os formandos que mais se destacam e manifestem interesse, são habilitados ao programa de micro-crédito do Banco Sol, uma acção que a auxiliar na materialização dos projectos de vários jovens”.
Fez saber que dos 537 jovens acompanhados actualmente pela promotora dos cursos, 366 foram contemplados com micro-créditos cedidos pelo banco em referência e 106 estão a estagiar em nove empresas públicas e privadas.
No quadro do projecto Saber Fazer em Desenvolvimento, 150 formandos foram encaminhados numa primeira fase pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), na acção de aperfeiçoamento no Lubango, Matala e Chibia e Lubango”.
Oportunidades na Chibia
Ao todo, 330 jovens do município da Chibia, 45 quilómetros a Sul da cidade do Lubango, desenvolvem há três anos, as suas actividades após a entrega de diversos meios de trabalho pelo Plano de Acção para a Promoção da Empregabilidade (PAPE).
Por exemplo, na vila, nos mercados informais e noutros locais, nota-se a prestação de serviços corte e costura, cabeleireiro, barbeiro, corte e costura, pedreira, entre outros ofícios que estão a cobrir para o sustento e tornar realidade o sonho dos jovens.
O administrador municipal da Chibia, Sérgio da Cunha Velho, satisfeito com o desempenho dos jovens que há três já contribuem para o sustento das famílias e, quiçá, no desenvolvimento da circunscrição, encorajou a todos a prosseguirem “ser daí onde surgem as grandes empresas de sucesso”.
Jovens de sucesso
Após a formação na área de Ladrilheiro, António Ananaz, formado no Centro de Formação Profissional do Lubango há sete anos, considerou ter escolhido uma área de muita procura no mercado. “Trabalho numa empresa de construção civil com remuneração satisfatória, mas também faço outros biscatos que rendem algo”.
António Ananaz contou que não teve sorte de prosseguir com os estudos após concluir a 9ªClasse porque a mãe não tinha condições para o efeito pelo facto de ter de sustentar quatro filhos. “Quando completei 15 anos de idade, a mãe matriculou-se no centro de formação profissional”.
Hoje, sustenta uma família de quatro filhos, cuja primeira ingressou este ano na faculdade para estudar Direito. “Os jovens, sobretudo sem recursos ou de famílias humildes, devem aprender um ofício e aperfeiçoá-lo de modo a se tornar um técnico muito procurado no mercado de trabalho”, disse.
Já os jovens Figueiredo Nambalo e Eduardo Vipassa criaram uma pequena empresa que presta serviços em eletricidade, pedreira, ladrilho e canalização no Lubango, Chibia, Humpata e Cacula. Com os kits recebidos através do PAPE, os rapazes conquistaram o mercado com dezenas de clientes.
“Há empresas que executam várias obras do PIIM, PIP, entre outras que recorrem aos nossos serviços”, disseram, para descreverem que são chamados para a instalação do sistema de electricidade, canalização e colocação de mosaicos.
Maletas e ferramentas
As mãos do jovem Cassiano Joaquim e de quatro companheiros, transportam pequenas maletas de ferramentas, uma pá e duas réguas metálicas. A rotina matinal dos rapazes, na cidade do Lubango, é a execução de obras de construção civil de cidadãos e de empresas privadas e às vezes públicas.
Estão na vida de empreiteiro há seis anos, após a conclusão com êxito de várias especialidades da construção civil nos pavilhões de artes e ofícios, escolas e centros de formação técnico-profissional. A razão do grupo estar constituído por cinco elementos tem a ver com o facto de dois serem pedreiros e os outros estão abalizados na carpintaria, ladrilharia, electricista e canalização.
Cassiano Joaquim, responsável da equipa, conta que se uniram para ter capacidade de executar obras que não exigem muita engenharia. “Estamos a ser bem sucedidos. Durante a construção de uma casa, primeiro entram em acção os pedreiros e os outros passam a ajudantes e, quando chega a vez do electricista, canalizador e carpinteiro, os outros também auxiliam”, explicou.
Revelam que a qualidade, rapidez e baixos preços são os segredos da atracção dos clientes. Se escusa em revelar o orçamento de um empreendimento a qualquer um, mas cede à insistência deste matutino: construir uma casa T2, colocação do tecto e outros arranjos custa 600 mil kwanzas.
“Os nossos maiores clientes agora são os Mamadus e alguns angolanos que apostaram na construção de armazéns em vários pontos da cidade do Lubango e em alguns municípios para comercializarem vários produtos”, disseram.