Média de transacções da BODIVA chega a 900 mil milhões por ano

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A presidente do Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Capitais (CMC) afirmou que a transacção anual de cerca de 900 mil milhões de kwanzas pela Bolsa de Valor e Dívida de Angola (BODIVA), desde 2020, constitui um indicador plausível da consolidação do sistema financeiro nacional.

Maria Uini Baptista prestou estas declarações à margem do seminário “As Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) como Boas Práticas de Governança Corporativa em Angola”, em que foram abordados temas como “a importância das boas práticas de governança corporativas”; “o impacto da adopção das IFRS” e “os desafios da implementação das IFRS”.

Os indicadores da consolidação do sistema financeiro angolano, segundo Maria Uni Baptista, são reforçados pela transacção de 560 milhões de kwanzas pela recém-criada Indústria de Fundos de Investimento, no ano passado, assim como a cotação em Bolsa do Banco Angolano de Investimentos (BAI), cuja oferta já foi lançada ao público.

A responsável explicou o seminário com o facto de haver em Angola, ao longo dos anos, uma discussão sobre a necessidade de introduzir mais transparência nas contas e maior possibilidade de compará-las com outras, a nível internacional.

“Decidimos trazer este debate para identificar os factores críticos que impactam esta transição que o sector bancário já adaptou de forma eficaz, mas que empresas de todos os sectores também necessitam de implementar. O bom funcionamento do Mercado de Capitais depende, em grande medida, do cumprimento de normas internacionais que concorrem para a fiabilidade e análise de informação menos complexa”, disse.

Segundo Maria Uini Baptista, a fase incipiente da CMC está ultrapassada, tendo em conta a existência de negociações que permitem atestar o dinamismo dos agentes económicos no mercado de capitais, com destaque para a BODIVA, que representa a única bolsa registada para operar.

Podem existir outras, mas a BODIVA é a única que transacciona os títulos da dívida pública e, em média, desde 2020, tem feito cerca de 900 mil milhões de kwanzas de transacções”, sublinhou a responsável, acrescentando que, para a CMC, “o mais importante é termos empresas listadas, ou seja, cotadas, com transparência financeira, com governança corporativa, algo que ainda não está consolidado”.

A presidente da CMC revelou que, depois da cotação do BAI em Bolsa, dois outros bancos estão em vias de suceder-se nesse processo, além de uma empresa do ramo da distribuição e do sector da Tecnologia, com o que podem aceder ao financiamento no mercado de capitais.

Política monetária

O surgimento de fundos de investimentos e a estabilidade da moeda nacional reflectem a boa aplicação dos instrumentos de política monetária pelo Banco nacional de Angola e as reformas económicas implementadas pelo Executivo, de acordo com a presidente do Conselho de Administração da CMC.

“Hoje temos o mercado BODIVA e, em breve, teremos o mercado accionista. O país conta também com fundos de investimento, outra forma de captar investimento das pessoas para investir em instrumentos diferenciados”, afirmou Maria Uini Baptista, para ilustrar o estágio de desenvolvimento do mercado de capitais.

O seminário juntou representantes do Ministério das Finanças, Banco Nacional de Angola (BNA), Administração Geral Tributária (AGT), Ordem dos Contabilistas e Peritos Contabilistas de Angola, (OCPCA), KPMG, bem como outras instituições  e serviços.

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