
O Governo, por intermédio da Sonangol, está a acentuar a transição energética com a expansão de projectos de energia solar, bioquímica, eólica, de biocombustíveis e hidrogénio verde, para que possam contribuir no crescimento e desenvolvimento económico do país, declarou o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás.
Diamantino Azevedo, que discursava no encerramento da 3ª Conferencia Internacional e Exibição de Petróleo e Gás Angola 2022, que decorreu sob o lema “Provendo uma Industria de Petróleo e Gás Inclusiva, Atraente e Inovadora em Angola”, indicou que o Executivo está, igualmente, a trabalhar na procura de minerais importantes para a transição energética, como terras raras e lítio.
O ministro reforçou, afirmando que, a par do lítio, que já encontrado, e que se encontra na fase de prospecção, o país possui uma serie de projectos de cobre e outros minerais primários que são fundamentais para a transição energética.
“Estamos empenhados na construção de refinarias de petroquímica, fábricas de fertilizantes, exploração de recursos minerais como fosfato e sua transformação. Se o Executivo conseguir concretizar estes projectos, faremos a diferença no que diz respeito à diversificação económica, para o melhoramento da qualidade de vida e do bem-estar social do povo angolano”, disse.
De acordo com o Diamantino Azevedo, o Executivo está disposto a trabalhar com todos os parceiros que decidiram investir em Angola e os que pretendem desenvolver as acções no sector petrolífero, para que os projectos do Governo angolano ligados a transição energética sejam concretizados, em benefício da população.
“Só alcançaremos este objectivo se trabalharmos com todos que decidiram investir no país e outros investidores que pretendem explorar o sector petrolífero. Queremos assegurar que desejamos a vossa presença em Angola, estabelecendo uma relação ‘win-win’, porque não queremos estender as mãos como pedintes”, declarou.
Fórum Onshore
O ministro anunciou que, no primeiro trimestre do próximo ano, Angola vai organizar um fórum internacional dedicado à actividade de exploração e produção de petróleo no Onshore angolano.
“Vamos organizar em Angola ou fora do país, um evento dedicado especificamente á actividade de bacias sedimentares, porque queremos trazer uma nova dinâmica à exploração e produção onshore”, referiu o ministro.
A 3ª Conferencia Internacional de Petróleo e Gás Angola 2022, contou com a participação de oradores afectos à industria petrolífera mundial que debateram temas ligados à promoção sa indústria angolana de hidrocarbonetos.
A Conferência debateu temas como o “Papel crítico dos bancos e instituições financeiras globais e locais no financiamento da transição petrolífera e energética de Angola”, “Mulheres na energia e gás natural”, “Foco na indústria de serviços petrolíferos” e “Downstream em foco”.
Somoil investe USD 20 milhões em fontes limpas de energia
Com uma produção de 17 mil barris de petróleo por dia, operados nos blocos FS, FST, em onshore, e 2/05, em offshore, a petrolífera angolana de capitais privados Somoil está a investir 20 milhões de dólares na implementação de projectos ligados á transição energética.
De acordo com o presidente da companhia, Edson dos Santos, o montante vai, inicialmente, ser empregue em energia solar para a descarbonização do sector de distribuição, com a construção de postos de abastecimento que começam a funcionar no próximo ano. Segundo o gestor, a Somoil está apostada na energia solar, por ser a mais limpa que os combustíveis fósseis.
Edson Santos indicou que o projecto está focado na electrificação rural. Aliás, neste momento, a Somoil está a construir painéis solares para as zonas rurais e, também, para unidades fabris que não estão conectadas com a rede principal da electricidade do país. “Esperamos fazer um elo de forma segura e rentável para o Governo e para a Somoil”, disse.
Segundo o gestor, a transição energética é importante para o sector petrolífero angolano, virado para o crescimento e desenvolvimento económico. “Angola continua a ser uma prioridade para os investidores estrangeiros e o programa de transição energética vai ajudar o Executivo e a indústria petrolífera a traçarem as melhores politicas para o crescimento e desenvolvimento económico”, ressaltou.
Angolanos ocupam 80% do emprego no sector petrolífero
O sector da prestação de serviços na indústria petrolífera angolana emprega 16 mil trabalhadores, o que representa uma taxa de 80 por cento do emprego disponível, mercê do Programa de Conteúdo Local liderado pelo Governo para dinamizar a cadeia de fornecimento de bens e serviços ao sector de petróleo e gás com a participação de empresas nacionais.
De acordo com o presidente da Associação das Empresas Prestadoras de Serviços à Industria Petrolífera Angolana, Bráulio de Brito, há 16 mil angolanos e dois mil estrangeiros empregados na indústria petrolífera, perfazendo um total de 18 mil postos de trabalho.
Com a publicação do decreto presidencial nº 271/20, de 20 de Outubro, o Executivo procura garantir a preservação do interesse nacional e promover o fomento ao empreendedorismo e das sociedades comerciais de direito angolano, e incentivar à competitividade da indústria.