Economia cresce 2,6% em termos homólogos e 4,3 % em relação ao quarto trimestre

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O sector dos transportes (com 31,3%) foi o que mais cresceu em termos homólogos, enquanto os diamantes tiveram a maior queda, ao registar uma contracção de 28,3%. o Sector petrolífero cresce no primeiro trimestre, pela primeira vez, desde 2016, em termos homólogos.

A economia angolana cresceu 2,6% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado e 4,3% em 4,3% na passagem do quarto trimestre de 2021, de acordo com as Contas Nacionais Trimestrais (CNT) do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo as estatísticas divulgadas recentemente pelo INE, a variação acumulada de 2,6% é atribuída, fundamentalmente, “às actividades “Agro-pecuária e Silvicultura 3,0%; Pescas 5,4%; Extracção de Petróleo e Rufino 1,9%; Indústria Transformadora 2,0%; Electricidade e Água 2,5%; Construção 4,1%; Comércio 1,6%; Transporte e Armazenagem 31,3%; Correios e Telecomunicações 2,4%; Administração Pública 7,2% e Serviços Imobiliário e Aluguer 2,9% e Outros Serviços 4,8%”.

O sector dos transportes (com 31,3%) foi o que mais cresceu, contribuindo positivamente em 0,71 p.p, na variação total do PIB. Segundo a instituição dirigida por José Calengi, “o aumento deveu-se ao crescimento exponencial no subsector aéreo, fruto de aumento de frequências de voos, consubstanciado ao alívio total das medidas de combate à COVID-19, e por outro lado, a entrada em funcionamento de novas operadoras, no serviço de transporte urbano a nível de Luanda”.

Por outro lado, o sector dos diamantes foi o que registou a maior queda, com uma contracção de 28,3%, que contribuiu negativamente em 0,60 p.p, na variação total do PIB.

“Esta variação deve-se a suspensão do terminal da Socomar, aumento da tarifa portuária, instabilidade nos mercados de origem do produto associados à guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Também maior cautela na extracção aguardando por momentos normalizados da actividade”, justifica o INE.

A grande novidade é que o sector petrolífero cresceu no primeiro trimestre, pela primeira vez, desde 2016, em termos homólogos. Segundo o INE, o Valor Acrescentado Bruto do Petróleo teve um crescimento de 1,9%, no I trimestre de 2022 em relação ao trimestre homólogo, contribuindo positivamente em 0,47 p.p, na variação total do PIB.

“Este crescimento foi motivado por vários factores, entre eles a procura da Europa e da índia devido à normalização paulatina do modo de viver das pessoas, tentativas de golpe de estado no Cazaquistão associada à redução da quantidade produzida pela Líbia impulsionou a o aumento da procura do petróleo na África ocidental, incluindo as ramas angolanas”, justifica.

Em relação ao quarto trimestre do ano passado, a maior contribuição para a expansão do PIB veio do sector petrolífero, com o crescimento em 4,93 pontos porcentuais (pp) da actividade de Extracção e Refino de Petróleo, seguido da Construção com 4,69 p.p,. Correio e Telecomunicações, Intermediação Financeira e Administração Pública com crescimentos de 0,58 ; 0,56 e 0,41 p.p, respectivamente, juntam-se as actividades que contribuíram positivamente na variação trimestral com ajuste sazonal.

Já a actividade Agro-pecuária (0,60 p.p); Pescas (1,62 p.p); Extracção de Diamantes e outros (0,53 p.p); Indústria Transformadora (0,10 p.p) Comércio (2,69 p.p); Transporte e Armazenagem (0,43 p.p); Serviços Imobiliários e Aluguer (0,39 p.p) e Serviços de Intermediação Financeira Indirectamente Medidos (0,20 p.p), são as que contribuíram negativamente.

As previsões para o final do ano

A ministra das Finanças, Vera Daves de Sousa, afirmou recentemente, na conferência “Bloomberg Invest: Focus on Africa”, que o Governo reviu em alta a previsão de crescimento económico para 2022, antecipando agora uma expansão de 2,7%, devido ao aumento do preço do petróleo.

Nesta semana, a consultora Fitch Solutions reviu em baixa a previsão de crescimento da economia do País, de 3,8% para 3,5% do PIB este ano, antevendo novo abrandamento para 1,8% no próximo ano.

Em Maio, o Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola (UCAN) apresentou as previsões da economia nacional, melhorando de 1,60% previsto no Relatório Económico Angola 2019-2021 para 2,4% apresentados nas “Previsões de Crescimento Económico de Angola 2022-2025”. Ainda assim, o CEIC é o mais conservador.

O CEIC prevê também um crescimento da economia nacional na ordem dos 3,3% em 2023, bem como 3,9% e 3,8%, em 2024 e 2025, respectivamente.

O Centro de Investigação Económica da Universidade Lusíada de Angola (CINVESTEC) também prevê crescimento da economia este ano, mas se os preços das principais exportações (crude, gás e diamantes) se mantiverem nos níveis actuais e a produção conservar tendência de estabilidade.

As instituições de Washington, nomeadamente o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) têm previsões muito próximas. O Banco Mundial o no seu relatório “África ‘s Pulse” divulgado recentemente, espera que a economia nacional cresça 2,9% este ano. Já o FMI no “World Economic Outlook” aguarda por um crescimento de 3%. Estas previsões estão acima dos 2,4% previstos no OGE 2022.

O Banco Fomento Angola (BFA) é a instituição financeira mais optimista, no princípio deste mês, o gabinete de estudos económicos do banco melhorou a previsão de crescimento de Angola para até 5,7% este ano, estimando também que o sector petrolífero cresça pela primeira vez desde 2015.

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