Banco Europeu valoriza potencial de Angola em energias renováveis

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Angola dispõe de um grande potencial para aumentar os investimentos em energias renováveis, segundo afirmação do vice-presidente do Banco Europeu de Investimentos (BEI).

Thomas Östros disse que para satisfazer a procura nas zonas rurais, o país procura desenvolver projectos fora da rede em pequena escala, com recurso a combustíveis fósseis e a tecnologias de energias renováveis, nomeadamente energia solar e eólica, bem como pequenas centrais hidroeléctricas.

Conforme Thomas Östros, embora a energia hidroeléctrica represente quase dois terços da capacidade instalada de produção de electricidade em Angola, as novas fontes de energia renováveis têm o potencial de expandir ainda mais a capacidade de produção do país e de diminuir a sua dependência dos combustíveis fósseis.

Para além das energias renováveis, explica, o Banco Europeu de Investimentos (BEI) ajudou Angola a desbloquear o desenvolvimento de serviços avançados de telecomunicações e a melhorar o acesso à água potável, estando também empenhado em aumentar a resiliência do sector da saúde.

Inquérito sobre clima

No inquérito sobre as alterações climáticas que lançou, em parceria com a representação da União Europeia em Angola, o BEI avança que 75 por cento dos angolanos inquiridos afirmam que as alterações climáticas já afectam o seu dia-a-dia. Outros 57 por cento consideram que as alterações climáticas e os danos ambientais afectaram o rendimento ou a fonte de subsistência, enquanto 84 por cento defendem que o investimento em energias renováveis deveria ser uma prioridade.

Estas são algumas das principais conclusões da primeira edição africana do “Inquérito sobre o Clima 2022” do Banco Europeu de Investimento, o braço financeiro da União Europeia e o maior financiador multilateral de projectos de acção climática em todo o mundo.

Desde 2018, o BEI tem realizado inquéritos de grande escala semelhantes sobre o clima na Europa, na China e nos Estados Unidos.

A embaixadora da União Europeia em Angola, Jeannette Seppen, afirmou que estes resultados mostram que os angolanos têm consciência do impacto negativo que as alterações climáticas estão a ter nas suas vidas e da necessidade de apoio por parte das autoridades e organizações internacionais para acelerar a transição para as energias renováveis e para reduzir a dependência das importações de alimentos, que comporta riscos e é contraproducente.

O BEI desenvolve actividades em África desde 1965. Até hoje, o BEI investiu 59 mil milhões de euros em 52 países africanos, apoiando projectos de infra-estruturas, empresas inovadoras e programas de energias renováveis, tanto no sector público como no sector privado, desde microempresas a grandes multinacionais.

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