Oitocentos mil hectares de terras aráveis são utilizados na Campanha Agrícola 2022/2023, na província da Huíla, por pequenos e grandes agricultores, um aumento da área produtiva de 33 por cento face ao período anterior, quando o espaço utilizado foi de 600 mil hectares, anunciou o director provincial da Agricultura e Pescas.
Pedro Conde atribuiu o aumento do espaço produtivo às políticas de fomento agro-pecuário adoptadas pelo Executivo. com realce para as linhas de crédito institucionais e a disponibilização de equipamento mecanizado e fertilizantes.
o responsável acrescentou que o envolvimento de famílias, apoiadas em meios de produção, sementes e fertilizantes, são as razões que estão a permitir o incremento dos espaços produtivos por anos consecutivos.
De acordo com o director provincial, a campanha agrícola que arranca em Novembro deste ano e que se prolonga até Setembro de 2023, envolve mais de 160 mil famílias produtoras.
ADRA apoia campanha
A Acção para o Desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA) anunciou, para este ano, o emprego de 1,889 milhão de dólares na materialização de projectos agro-pecuários nos municípios da Humpata, Chibia, Gambos, Cacula e Caluquembe, na província da Huíla, e em localidades das províncias do Namibe e do Cunene.
A assistente de projectos da ADRA na Huíla, Namibe e Cunene, Anastácia Tchilete, que avançou os dados, disse que os fundos foram disponibilizados por parceiros nacionais e internacionais, nomeadamente, a União Europeia (UE), Instituto Camões, Instituto de Desenvolvimento Local (IDL), Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Ajuda das Igrejas Norueguesas (NCA), Pão Para o Mundo (PPM) e Solidariedade Prática.
O programa, adiantou, envolve mais de nove mil agricultores que têm sido apoiados de forma permanente com insumos, desde o primeiro semestre do corrente ano. “Os produtores receberam quantidades consideráveis de sementes melhoradas, com realce para o milho, feijão e hortaliças”, disse, acrescentando que também beneficiam de assistência técnica, com vista a melhorar a prática produtiva e a permitir o aumento das colheitas.
De acordo com a fonte, os oito projectos levados a cabo na região Sul, assim como os apoios entregues no primeiro semestre do ano em curso, estão a contribuir para o aumento e diversificação da produção agrícola de 149 organizações comunitárias de base, entre elas, 75 associações, 39 cooperativas e 35 grupos informais.
Indicou que 4.969 agricultores receberam sementes de hortaliças e cereais, entre os quais, massambala, massango, estacas de mandioca e batata-doce. “A preferência pelas culturas deve-se ao facto de serem as mais resistentes às alterações climáticas repentinas”, afirmou.
Ao referir-se à assistência técnica agro-pecuária, Anastácia Tchilete acrescentou que 4.231 produtores rurais estão a ser apoiados pelas escolas de campo lideradas por técnicos agrários e agrónomos.
O apoio à produção contemplou 119 produtores residentes em zonas rurais da região Sul, entre os quais se contam-se 70 mulheres apoiadas por caixa comunitárias vocacionadas para incentivar a opção pelas culturas de ciclo curto e a procura abundante nos mercados.
Anastácia Tchilete explicou que se pretende, com o apoio entregue, é dinamizar pequenos negócios de mulheres, com a comercialização de hortofrutícolas. Para o efeito, foram entregues dois milhões de kwanzas a quatro cooperativas implantadas no município de Caluquembe.
